Arquivo do blog

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Exagium III: se tento por cento de quem se declara rimando

Água. Água teus pés que correm, correm teus pés que desaguam setenta por cento e bebo eu teus passos, meus únicos passos, teus guias de mim a ti quando passo eu a correr tuas águas. Uma brisa leve me traz de volta quando, na verdade, retorno, sim, e não adianto o amarelo-roça do sol nascente, feliz, pleno e mirim, menino curto de inocente infância, pedido furto que cresço(,) torto cercado de intolerância, perdido surto por invertida ganância, molhado surdo que sempre te vê elegância, alguém que só volta com medo de ir, mendigo vulto distância, vôlto a adorar e clamar quem se chora todo depois de esquecer que isso aqui acaba logo, logo torna fim quem sem meio começa e termina, sim, eu-ignorância! E finalmente digo, e digo finalmente porque, esperando, só te tenho amigo: te amo erudito, sentimento se cresce, transforma, transborda, já não ligo. Te amo, bendito, tua presença reforçando que ao amar não é preciso mais de nada antedito que eu ainda não tenha sentido. Olho pra gente e tenho certeza que de amigo a bandido só te faltava este meu texto lido. Então arrisco. Sim, este sou eu, alguém que rima e se declara rimando, cardiograFa biologicando-te em mim, vitima tua amizade quando se vê amando, deixa de lado quem está por cima e, ao teu lado, lado a lado caminhando, mãos querendo se entrelaçar amantes, almas distantes se aproximando, aprendi a te amar desconfiante de mim mesmo. Mas enfim ponho a esmo e repito pra Santos toda ressoar até Iguape que não há homem que se iguale ao que vejo em ti apaixonante. Enfim assino e selo esta carta de amor sem nome, endereçada a quem não posso amar esse amor que me consome.

[Ou posso?]

Nenhum comentário:

Postar um comentário