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sexta-feira, 5 de abril de 2019

... quiséssemos

Se mil cavalos brancos saíram em debandada contra nós que tentávamos, pacificamente e discordantes, adentrar o mar-corpo da grande praia que me levava a ti, mil toneladas enfrentei contra meu peito brando para estar hoje aqui. Despontei todos os metros de virulência que és enquanto tudo o que sou são meras incertezas, inseguranças d'um dia outro dia em que era só eu, nada menos ainda, nem presa. E finda, mesmo dentro do que desejo que se inicie, mintas, inclusive se mentir não te parecer são, tão são as verdades também. Não sou nem seria só mais um na vida de alguém, eu choro, dramatizo, sou ímpar. Nunca comum. Eis o tempo de dizer te amo com adeus e, assim, me despeço, desesperado, de mim mesmo, sabendo que, se vais, impreterivelmente levas meu ser completo junto, meu mais eu depletado, secreto pesar repleto de amar nesse mais seco e vazio mundo. Agora o que sinto já não cabe mais no peito, e, se o teu tão pouco comporta cumplicidade, busco enfim minha melhor realidade: meu desejo simplesmente não tem mais jeito. Se ontem estivera encantado cegamente, hoje, cego, encantado e devastado, sonho que voltes aos sonhos apenas na mente. Gostaria de dizer que somos um, mas não somos. Fomos. Seríamos. Deveríamos ser...

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