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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Baco (vácuo)

Ouvindo ruídos me formei estática. Era eu, mas sempre teu. Era Lacan, Klein e Carballido, como se tudo que sou fosse d'outro homem desfluído. Busquei original em mim, me vi assim: tungstênio rompendo, eterno desuso e lamento. Sorri. Da evolução fui tangente quando me vi tentando te ter, querido Baco brasileiro, Dionizio que lê, rói, chega e sai. Me leva pra ti, natural beleza? Abraça-me como antes? Suspirei secretamente, roubei tua energia e te deitei na grama. Lembra? Lá sentei e logo esqueci. Cresci, menino, menino cresci. Beijei, sorri, de novo. Amei, dei tchau, socorro. Faltou te perguntar no carro: e depois, Cai o que me teve? Afundo Atlântida? Queimo Roma? Mato meu peito? Sofro sozinho? Parquinho? Morri, menino, menino morri no vácuo (Baco).



4 comentários:

  1. você escreve tão lindo!

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  2. Plasma (Mente)
    Aquele, que incansavelmente procura amar, é o qual mais foge.
    Espaços em sua mente ecoam, milhões de estrelas brilham, fascinam, pela eternidade ofuscadas, desesperam vendo a beleza existir e somente a espera pelo fim.
    Sozinho, perdido no tempo e espaço de outrora, Aquele, vive, busca por uma nova Era, Aquário, derramar a gozo da felicidade em sua vida. Trazer sopro aquela vida que no presente aos poucos se esvai.
    O fim, tão perto parece, Aquele, somente espera.
    Nada se pode fazer, sentado as nuvens assistir, lentamente as ondas a quebrar.
    Tempo, esse ancião que a todas as Eras sobreviveu, sobreviverá, mesmo que Aquele se vá, ele permanecerá.
    Talvez, somente talvez, o Tempo e Aquele unam suas vidas e Aquário chegue, o pulmão infle com ar e o sangue rubro exalte o coração mais uma vez. Porém a Era ainda não chegou e incerto é o espaço.
    Tantas estrelas a brilharem, tanto a se ver, reluzir, transcender.
    Passado, Presente, Futuro, todos incertos, instáveis, indefinidos, apenas uma certeza, domam o Tempo, sem eles nada existe, nada foi, nada é, nada será.
    Outrora se foi, Aquele é, Destino será, ao Tempo caberá.
    Jarro com água turva deve decantar, impurezas sempre existirão, porém quando o gozo da Era chegar, no fundo hão de ficar.
    Fatal o fim será, hoje, ainda não.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Você tem tudo para enveredar-se pela estética pós-moderna. Admiro muito o seu modo de fazer poemas. Parabéns... O fato de o seu texto aparentemente parecer sem nexo e no fundo guardar uma lógica, a qual, diga-se de passagem, muito plausiva e subjetiva, me intriga. E é isso o que é interessante, encontrar o sentido no non-sense.

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